Embora o trabalho remoto tenha se difundido com a pandemia da Covid-19, acreditamos que locais de trabalho físicos vibrantes continuarão sendo procurados — e serão a chave para a cultura corporativa
Os membros da força de trabalho de hoje provavelmente nunca imaginaram que teriam que viver — e trabalhar — durante uma pandemia. Os isolamentos impostos para retardar a propagação do vírus da Covid-19 levaram muitas empresas a adotar rapidamente novas tecnologias para que seus funcionários pudessem trabalhar em casa. A experiência gerou uma grande questão entre observadores do setor: será que a solução rápida de trabalhar de casa de forma generalizada se tornará um elemento obrigatório a longo prazo — e será que isso levará a uma queda na demanda por espaço para escritórios?
Nós acreditamos que a resposta é não. Em nossa opinião, as empresas de sucesso valorizam o poder da colaboração pessoal na formação de uma cultura corporativa dinâmica, e seus colaboradores também. Embora o trabalho remoto possa ser eficaz a curto e até médio prazo, ele não pode substituir a interação humana para sempre e pode apresentar vários riscos. Em última análise, a cultura de uma empresa precisa de conexão pessoal — e dos espaços de trabalho físicos que a viabilizam — para prosperar.
Nossa perspectiva é baseada em nossa experiência de trabalho próximo aos nossos inquilinos ao redor do mundo, nossas observações em regiões que já começaram a se recuperar — como Coreia do Sul e Alemanha — e nossa história como proprietária e operadora de ativos que remonta a mais de 100 anos.
Com um portfólio de mais de 250 propriedades de escritórios em todo o mundo, superamos vários períodos desafiadores, incluindo a bolha da Internet (quando se esperava que os avanços tecnológicos, como o teletrabalho, tornariam os escritórios físicos obsoletos), os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a crise financeira global de 2008 e o referendo do Brexit. Os escritórios resistiram a esses e a outros choques, e esperamos que essa resiliência perdure durante e após a pandemia.
Uma distinção importante é que nossa visão se concentra na área em que possuímos e operamos ativos de escritórios: o segmento Classe A — edifícios de alta qualidade em grandes centros urbanos com amenidades que atendem à característica de “vida, trabalho e entretenimento”. Esperamos que esses ativos se saiam muito melhor do que as propriedades de escritórios mais antigas, que têm altos níveis de gastos de capital diferidos, ou do que aquelas em locais menos desejáveis.
Na verdade, a demanda por escritórios de alta qualidade pode até aumentar no longo prazo, à medida que o efeito psicológico da pandemia diminui a tendência de densificação de escritórios.